Trabalho do Ipardes com secretarias garante exatidão às políticas públicas 29/10/2019 - 17:27

(Texto: Agência Estadual de Notícias | Foto: Jaelson Lucas - AEN)

 

O Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes) assinou neste mês convênios com as secretarias da Fazenda e da Saúde, além da Federação do Comércio (Fecomércio), para aumentar o volume de dados repassados aos órgãos com intuito de respaldar de maneira mais certeira as políticas públicas estaduais. Os dados também vão ajudar a criar metas específicas para os próximos anos.

Os convênios e um balanço dos dados econômicos e sociais do Paraná foram apresentados nesta terça-feira (29) ao governador Carlos Massa Ratinho Junior, durante a reunião de secretariado.

Os convênios visam disponibilizar os pesquisadores do Ipardes para melhorar os trabalhos técnicos das secretarias de Estado. Para a Fecomércio, que reúne os empresários do setor que mais emprega no Paraná, o objetivo é de ampliar a pesquisa sobre o posicionamento estadual em relação aos demais entes da federação e ao mundo.

“Ao atender as necessidades do Governo, atendemos as nossas necessidades como cidadãos. Temos uma visão global do todo e cada secretaria tem um programa, com algumas barreiras nos cálculos científicos e estatísticas que o Ipardes, com seu know-how, ajuda a vencer”, afirmou Carlos Pessoa, presidente do Instituto. “Esses convênios são trabalhos específicos para apoiar o governador na tomada de decisões”.

 

CONVÊNIOS

O convênio com a Secretaria da Fazenda permitirá análise mais certeira sobre os benefícios fiscais concedidos pelo Governo do Estado. Entender detalhadamente quais são e o volume de recursos que deixa de entrar nos cofres públicos também pode evitar a guerra fiscal. O Ipardes analisará de maneira científica para entender se os benefícios concedidos no passado tiveram efeitos significativos e se ainda se justificam. O trabalho deve durar um ano.

Com a Secretaria da Saúde, o convênio permitirá estudar o dispêndio dos valores repassados ao longo dos últimos anos na rubrica de incentivos aos programas, principalmente nos hospitais de porta aberta, para a rede materna-infantil. O Ipardes vai cruzar as despesas com os índices de mortalidade materno-infantil, o que dará embasamento da continuidade ou de mudança nessa política.

“São milhões investidos ao longo do tempo nesses programas. Precisamos saber da qualidade do retorno para a sociedade, de maneira técnica e científica”, afirmou o secretário da Saúde, Beto Preto.

Ele também destacou que a Secretaria de Saúde vai reabrir o Comitê Estadual de Prevenção da Mortalidade Materna, Mortalidade Infantil e Mortalidade Fetal, órgão consultivo com participação da sociedade civil e que serve de arena para discutir políticas públicas.

O convênio com a Fecomércio permitirá levar mais conhecimento para os comerciantes de todo o Paraná. O apoio é fundamental porque o setor é o que mais emprega no Estado e representa mais de 50% do Produto Interno Bruto (PIB), soma de riquezas produzidas pelo Paraná.

 

DADOS

Carlos Pessoa também apresentou dados preliminares de áreas fundamentais para o Estado como educação, saúde e economia (setor pecuário). A apresentação é parte de um estudo mais completo de indicadores econômicos e sociais que será apresentado em novembro.

Os dados são de bases nacionais e internacionais como a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Banco Mundial, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc – Datasus), Atlas da Violência e Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad).

O governador Ratinho Junior destacou que os dados ajudam a posicionar o Paraná perante os demais Estados e países, e também ajudam a estabelecer metas para os próximos anos. O estudo divulgado aos secretários também permite aumentar a integração em diversas áreas com objetivo de enfrentar obstáculos históricos.

“Queremos trabalhar cada vez com mais informações, estatísticas. A partir de 2020 vamos ser cobrados pelos nossos resultados. Até agora usamos dados de governos anteriores, de programas anteriores. Mas os números serão nossos, para o bem e para o mal”, afirmou Ratinho Junior. “Queremos alcançar as métricas de países de primeiro mundo para levar a qualidade de vida desses países aos nossos cidadãos”.

 

DESAFIOS

Os dados mostram o Paraná como Estado que ainda tem desafios importantes no percentual de pessoas de 25 anos ou mais que concluíram o Ensino Médio e no percentual de pessoas de 15 a 17 anos fora de escola. Os números também indicam que a expectativa de vida no Paraná é uma das melhores do País, que a taxa de mortalidade infantil é a terceira melhor e a taxa de homicídios a cada 100 mil pessoas é a sétima mais emblemática, à frente da média nacional.

Em relação ao agronegócio, o Paraná lidera a produção e exportação de frango, com papel fundamental nos cenários nacional e internacional, e está entre os três principais produtores de carne suína do País, com relevância no mercado global.

“Na educação estamos trabalhando programas especiais para manter as crianças na escola. Na produção agropecuária pleiteamos a área livre de vacinação contra a febre aftosa, por isso temos que entender bem como nos posicionamos perante o mundo e os demais Estados”, acrescentou Pessoa. “Buscamos fontes científicas. Não é achismo. São dados. Temos que entender as realidades socioeconômica e socioambiental do Paraná”.

 

PRESENÇAS

Estiveram presentes na reunião os secretários estaduais, presidentes das empresas públicas e diretores das autarquias, além dos deputados estaduais Hussein Bakri (líder do Governo), Tiago Amaral e Soldado Adriano José.