Índice do Custo de Vida de Curitiba

Nos anos 1960, um número restrito de cidades brasileiras (normalmente, capitais de estado) dispunha de índices de inflação. Durante algumas décadas, parte importante do esforço de captura da variação de preços no País foi realizado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), cujos resultados compunham sua série Índices Econômicos Regionais, divulgados na Revista Conjuntura Econômica para os Estados da Guanabara, São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Em novembro de 1967 foram lançados os índices econômicos da Cidade de Curitiba, elaborados pela Companhia de Desenvolvimento do Paraná (CODEPAR).

No caso da capital paranaense os dados compreendiam os seguintes índices: custo da vida (com 7 subdivisões): giro comercial, cheques compensados, emissão de capital, títulos protestados, inter vivos, transporte ferroviário e área licenciada. Para a ponderação utilizada no índice de custo de vida, a CODEPAR fundamentou-se na Pesquisa de Orçamentos Familiares produzida pelo Instituto Brasileiro de Economia da FGV em 1961/62, em cooperação com a Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade Federal do Paraná. A sistemática dos diversos índices publicados obedecia, de modo geral, à adotada pelo Centro de Estatística e Econometria, do Instituto Brasileiro de Economia para o Estado da Guanabara. Os itens calculados pelo Índice do Custo de Vida de Curitiba eram: Alimentação, Alimentação Fora de Casa, Farmácia e Higiene, Cuidados Pessoais, Serviços Públicos, Móveis e Utensílios de Limpeza, Vestuário e Aluguel. A coleta dos dados era realizada nos locais comerciais dos bairros Bacacheri, Centro e Portão. Ao todo, eram coletados preços de 163 artigos.

Em março de 1968, o Índice do Custo de Vida de Curitiba foi publicado na Revista Paranaense de Desenvolvimento, então editada pela CODEPAR. Com a transformação da CODEPAR no Banco de Desenvolvimento do Paraná (BADEP) em 1968, o Índice continuou a ser divulgado por meio daquela revista. Em agosto de 1973, recém-criado, o Instituto de Desenvolvimento Econômico e Social (IPARDES) passou a produzir o Índice. Com a mudança, o Índice deixou de ser divulgado pela Revista Paranaense de Desenvolvimento em setembro/outubro de 1973, e prosseguiu pela Revista Conjuntura Econômica da FGV até março de 1981. 

O IPARDES manteve o Índice, com circulação interna, até setembro de 1979 quando foi inserido no Boletim de Análise Conjuntural do IPARDES e permaneceu até setembro de 1980 quando interrompeu o cálculo do Índice. Na publicação trimestral de agosto/outubro de 1981 do Boletim de Análise Conjuntural do IPARDES, o Índice voltou a ser publicado, porém permaneceu em apenas uma edição. A partir de outubro de 1981, foi publicado em caderno próprio, passando a considerar o consumo de famílias com renda mensal entre 1 e 5 salários mínimos regionais. Outra mudança metodológica foi a ampliação da área de pesquisa, abrangendo 8 bairros – Bacacheri, Centro, Cristo Rei, Vila Guaíra, Juvevê, Mercês, Santa Felicidade e Portão. Entre janeiro de 1989 e junho de 1990, o Índice foi incorporado novamente ao Boletim de Análise Conjuntural do IPARDES e em julho de 1990 deixou de ser divulgado.

Na presente recuperação histórica, o Índice de Custo de Vida de Curitiba está disponibilizado em quatro anos bases: BASE 1965 (referente ao período de janeiro/1965 a junho/1969; BASE 1965-1967 (referente aos períodos de janeiro/1965 a maio de 1979, junho/1980 a setembro/1980, março/1982 a março/1986); BASE 1977 (referente ao período de julho de 1978 a setembro/1980) e BASE MARÇO 1986 (referente aos períodos abril/1986 a maio/1990 e janeiro/1988 a maio/1990).

As fontes pesquisadas foram a Revista Conjuntura Econômica – Biblioteca Virtual da FGV para os anos 60,70 e 80 – novembro de 1967 a outubro de 1969 (Base 1965), novembro de 1969 a julho de 1979 (Base 1965-1967), agosto de 1979 a março de 1981 (Base 1977). Boletim de Análise Conjuntural do IPARDES volumes 1 a 37 (Base 1965-1967) e volumes 38 a 78 (Base 1986). 

 

Bases em ordem cronológica