Venezuela lidera número de migrantes no Paraná e Cuba, o de refugiados, em 2024. Maioria das pessoas estão em Curitiba. 

O IPARDES (Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social) está lançando diagnóstico sobre os Migrantes e Refugiados no Paraná – Período de 2018 a 2024. As fontes para o diagnóstico e a base de dados da pesquisa foram o OBMigra (Observatório das Migrações Internacionais) e registros administrativos do Governo Federal. O estudo demonstra a mudança no fluxo migratório internacional que vem ocorrendo no País, nos últimos anos, e pode ser acessado AQUI.

A quantidade de migrantes internacionais, no Paraná, aumentou de 7.682 em 2018, para 24.769, em 2024. Em 2024, os migrantes venezuelanos (65,6%) eram a maioria no Estado, seguido dos paraguaios (11,9%) e haitianos, (5,3%). Naquele ano, os municípios com mais migrantes internacionais residentes foram: Curitiba (6.991); Cascavel (2.753), Foz do Iguaçu (2.477), e São José dos Pinhais (1.253). 

A pesquisa também traz dados relevantes sobre a participação da população migrante residente no Paraná, por faixas etárias e por sexo. Em 2024, houve uma distribuição mais equânime nas idades em ambos os sexos, quando comparado aos de 2018. As migrantes do sexo feminino são mais representativas que os do sexo masculino nas faixas de 40 a 64 anos e na de 65 anos ou mais, sendo 52,1% e 58,1% respectivamente. Os homens são maioria nas faixas etárias 25 a 40 anos (52,5%), 15 a 25 anos (50,8%) e 0 a 15 anos (50,1%).

REFUGIADOS

A maioria dos solicitantes de refúgio no Paraná, em 2024, segundo a nacionalidade, foram: cubanos (82,1%), venezuelanos (3,8%) e libaneses (2,6%).  As fundamentações deferidas com maior representatividade no Estado, no período de 2018 a 2024, são Grave e Generalizada Violação de Direitos Humanos (GGVDH), com 66,9%, Opinião Política (9,9%) e Nacionalidade (7,6%).

O presidente do IPARDES, Jorge Callado, explica que a pesquisa traz dados e informações muito importantes sobre a população migrante no Paraná. “Independentemente dos motivos que levaram estas pessoas a fixarem residência no Paraná, o fato é que o nosso Estado prova ser um destino muito atraente porque oferece condições de vida adequadas para os estrangeiros que querem trabalhar e estudar aqui. O  relatório é subsidio para o Governo do Estado ampliar sua gama de atuação e de políticas para a população migrante”, diz. 

O diretor-geral da Secretaria Estadual do Planejamento, Domingos Trevizan Filho, avalia que o diagnóstico serve de parâmetro não só para o Governo do Estado, mas principalmente para os 399 municípios do Paraná. “São dados interessantíssimos, que vão direcionar os municípios e o próprio Governo do Estado na execução, elaboração e execução de políticas públicas muito importantes”, diz. 

O superintendente-geral de Governança Migratória da Secretaria Estadual de Justiça, Gilberto Antônio de Souza Filho, parabeniza o IPARDES pelo trabalho. “Nós temos um movimento migratório muito intenso no Paraná, que vem crescendo ao longo dos últimos anos. O diagnóstico que o IPARDES apresenta hoje é importante para sabermos exatamente o perfil do migrante que está vindo, qual sua etnia, País de origem, sua faixa etária, sexo, e principalmente onde ele está, para que possamos formular as políticas públicas migratórias de forma mais adequada”, diz.

Para a presidente do Conselho Estadual para Migrantes, Refugiados e a Pátria, Rockmillys Basante Palomo, que é refugiada venezuelana e está no Brasil desde 2018, é gratificante observar os dados e obter uma compreensão do fluxo migratório no Paraná desde 2018 até 2024. “Parabenizo o IPARDES porque este trabalho contribui significativamente para o aprimoramento e a criação de políticas públicas que auxiliem a população migrante na sua inserção e participação na sociedade paranaense. Acredito que estas ações promovem o desenvolvimento do Estado e das cidades. Como mulher, refugiada e pessoa deslocada, expresso minha sincera gratidão por isso”, comenta.