A silvicultura paranaense vem crescendo expressivamente nos últimos anos. Segundo o levantamento feito pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (IPARDES) com base nos dados da Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS) 2022, divulgados pelo IBGE no final do mês de setembro, a produção de madeira de eucalipto e pinus para a fabricação de papel e celulose atingiu no Paraná 16,2 milhões de metros cúbicos em 2022, o que representou incremento de 36% em relação ao ano de 2013, início da série estatística disponível, quando o volume produzido no Estado alcançou 11,9 milhões de metros cúbicos.

No caso específico da produção de madeira de eucalipto, o salto de 4,0 milhões para 6,2 milhões de metros cúbicos no período 2013-2022 (aumento da ordem de 56%) garantiu ao Paraná a conquista da 5ª posição no ranking nacional dos produtores - em 2013 ocupava a 6ª colocação.

Já em relação à madeira de pinus, a elevação de 30% da produção, de 7,6 milhões de metros cúbicos em 2013 para 9,9 milhões em 2022, assegurou a manutenção da liderança paranaense, respondendo por uma significativa participação de 57% da oferta nacional.

Na lista dos 100 maiores produtores de madeira de eucalipto, verifica-se que nove municípios paranaenses integram esse grupo, destacando-se Telêmaco Borba, que ocupa a 10ª posição do ranking nacional com uma produção de 1,3 milhão de metros cúbicos em 2022. No que se refere ao pinus, há 48 municípios do Estado na relação dos 100 maiores produtores, sobressaindo Telêmaco Borba e General Carneiro, que ocupam no ranking nacional a 1ª e a 2ª colocações, respectivamente.

Esses notáveis resultados no âmbito das florestas plantadas derivam do crescimento da indústria estadual de papel e celulose. De acordo com o IBGE, no ano de 2021, o Paraná foi responsável por 12,3% do valor agregado pelo citado segmento em nível nacional, acima da participação de 10,2% registrada em 2007, início da série de resultados.

Concomitantemente, o Estado vem progredindo na exportação de papel e celulose, com a contabilização de US$ 1,6 bilhão em vendas dessas duas mercadorias ao mercado internacional em 2022, valor que representa recorde histórico. Somente nos oito primeiros meses deste ano, as exportações paranaenses de papel e celulose somaram US$ 896 milhões, contribuindo sobremaneira para os pronunciados saldos comerciais positivos que vêm sendo observados.

Segundo Jorge Callado, diretor-presidente do IPARDES, o desenvolvimento da silvicultura no Paraná e as indústrias de base florestal representam a continuidade de organização do setor. “A melhoria dos resultados e a busca por inovação é importante em termos de economia verde e sustentabilidade, de forma que vários municípios do Paraná estão tendo posição em destaque na produção de pinos e eucaliptos. A nossa indústria de papel celulose vem absorvendo essa produção, trabalhando diretamente para geração de renda e emprego e posicionando o Paraná num cenário promissor e melhor nesse setor”.

Para Zaid Ahmad Nasser, presidente da Associação Paranaense de Empresas de Base Florestal (APRE), os números divulgados pelo IBGE refletem um crescimento que já era sentido pelo setor, com a demanda por produtos de base florestal crescendo significativamente. “Nosso setor florestal tem capacidade para atender a esse aumento, pois, aqui, contamos com uma das maiores produtividades do mundo e potencial para crescer. Além disso, nossa cadeia produtiva é bastante diversificada".